Trilheira que ficou quase 3 dias em mata no ABC conta como sobreviveu
A trilheira que ficou quase três dias perdida na mata em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, contou detalhes da experiência e como conseguiu sobreviver.
Em entrevista, Cecília Nunes Siqueira, de 30 anos, disse que bebeu água de cachoeira, não comeu e usou buracos no morro para se proteger da chuva.
O Corpo de Bombeiros conseguiu localizar Cecília Nunes Siqueira, de 30 anos, que desapareceu enquanto fazia uma trilha na Serra do Mar, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A jovem estava em uma área de mata e começou a gritar ao ouvir a aproximação dos socorristas, na terça-feira (7). Foi preciso o uso de um helicóptero para que ela fosse içada por uma corda (veja no vídeo abaixo).
O amigo que estava com Cecília levou seus pertences para que ela caminhasse com menos peso e lhe deu um colete salva-vidas. Os dois cogitaram interromper a trilha quando ela perdeu os tênis, mas continuaram.
Em certo momento, Cecília parou para fazer necessidades em uma parte da mata e pediu para o amigo ficar um pouco mais distante. Foi quando os dois se perderam. “Foi uma subidinha de boa e disse para ele ir na frente para dar um espaço. Fui rápido e, quando concluí, subi o morro e não o achei. Entrei em desespero, fiquei sentada um pouco esperando. Mas não subi por onde deveria, era tudo o mesmo cenário, não sabia se ia para cima ou para baixo”, afirmou ao site de notícias.
A trilheira contou ainda que não se deparou com nenhum animal, mas caminhou quilômetros no matagal. Não conseguiu comer nada, apenas se hidratou.
“Respirei fundo e fui andando. À noite, dormi bem e fiquei longe da água por causa de animais. Arrumei um buraco no meio do morro para descansar. Choveu muito. Até achei que teria hipotermia, mas não tive”, disse ela.
O colete emprestado pelo amigo, segundo Cecília, salvou-a quando escorregou de uma pedra, caiu na água e foi levada pela correnteza.
Resgate
Os bombeiros fizeram as buscas por terra e helicóptero até, na última terça-feira (7), encontrar Cecília. “Estava dormindo e ouvi as conversas. Eram os bombeiros. Eu gritei, e eles me acharam depois de cerca de meia hora. Achei até que era um sonho. Foi emocionante.”