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Pagodeiro foi pilar de investigação entre PCC e esquema de fraudes de licitações em SP

O empresário Vagner Borges Dias, que também atende pelo nome artístico “Latrell Brito”, um cantor de músicas melódicas, segundo publicações nas redes sociais, foi o ponto central da investigação que vinculou empresas ligadas ao PCC a um esquema de fraudes em licitações em diversas cidades do estado de São Paulo.

Segundo documentos da investigação que embasou a operação Munditia, desencadeada nesta manhã (16) pelo Ministério Público de São Paulo, o cantor, que tem 1 milhão de seguidores no Instagram, foi alvo de uma denúncia anônima, que apontou, antes da abertura do envelope, que a empresa dele, a Vagner Borges Dias M.E, seria a vencedora de uma licitação para área de saúde, na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, em 2023.

Seguindo os passos da denúncia, os promotores identificaram que a empresa era parte de um esquema que consistia na simulação de disputas em diversos pregões que, se concretizados, originariam contratos milionários.

“Angariou-se outros elementos e indícios de participação da atuação das empresas de Vagner e seus laranjas ou cúmplices em diversos certames da região, sendo simulada a concorrência com empresas do mesmo grupo ou em nome de laranjas, havendo ainda a divisão e alternância dessas empresas na celebração de contratos com a Administração Pública”, segundo trecho do documento.

Como o esquema chegou ao PCC
Depois de desvendarem o elaborado esquema do grupo, os promotores identificaram o pagodeiro como alvo principal e chegaram até pessoas ligadas a ele, por meio de empresas de fachada ou de empresas vencedoras das disputas nas prefeituras.

“As investigações teriam apontado que as empresas e pessoas a estas ligadas (sócios/proprietários) partícipes e vencedoras de diversos certames da região estão interligadas à pessoa de Vagner Borges Dias (vulgo Latrell Brito)”, segundo trecho do documento.

As primeiras disputas que posteriormente gerariam contratos milionários aconteceram junto às prefeituras de Guarulhos – Grande São Paulo -, Ubatuba e Guarujá – litoral, e Ferraz de Vasconcelos – na região metropolitana.

Quando a investigação avançou para o interior do estado, na cidade de Araraquara, os promotores descobriram que um dos representantes do pagodeiro “Latrell Brito” mantinha ligações com outro empresário, um integrante do PCC, com condenações por tráfico de drogas.

Armas e prestígio do PCC
Para o Ministério Público, o envolvimento do grupo empresarial extrapolou a atuação nas licitações e passou a prestigiar interesses da facção criminosa PCC.

Latrell Brito, o pagodeiro, teve um pedido de quebra de sigilo telefônico autorizado pela justiça. Em imagens do celular, ele aparece “ostentando armas, munições e grande
volume de dinheiro em espécie que, em tese, estariam guardados consigo”, segundo outro trecho do documento.

Nas redes sociais do cantor, há diversos comentários sobre ele ser o dono de empresas que deixaram funcionários sem receber após vencer contratos.

Na operação de hoje, o Ministério Público cumpriu 13 dos 15 mandados de prisão expedidos pela Justiça. O órgão não confirmou se o cantor foi preso.

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